A estréia de Aprendiz Universitário, ocorrida na noite desta quinta, 15 de abril, na Record, foi interessante. Mas não menos decepcionante! Para quem acompanhou o programa em anos anteriores, há de convir que Roberto Justos (hoje no SBT) faz muita falta. E veja bem: não há nada de saudosismo aqui!
Nesta nova versão, o formato continua o mesmo: atrativo, com edição e fotografia ágeis e sempre cheio de acontecimentos. Porém, pelo menos por enquanto, João Doria Jr, 52 anos, (ex-Rede TV) tenta cumprir uma quase "impreenchível" lacuna de maneira apática. O apresentador e empresário é um bom entrevistador e sempre conseguiu reverter sua (aparente) aptidão nos negócios, numa atração de qualidade na TV brasileira. Mas o Aprendiz é um desafio para Doria e a Record muito além da relação entrevistado X apresentador X público.
Outro detalhe que chamou a atenção no primeiro episódio do Aprendiz foi a participação de estudantes universitários de quase todo o Brasil (inclusive um de Porto Alegre). De acordo com a emissora, houve um recorde nesta edição, com 125 mil inscritos. Não conheci todos, mas os 16 escolhidos estão (também) muito... muito apáticos e que cometem erros primários. Alunos do Ensino Médio não os cometeriam! A mineira Renata de Oliveira Bacha, 20, a "demitida", deveria ter sido eliminada já na abertura do programa. Estava na cara "dela" que ouviria, ao final, a frase e grande sacada da atração: "Você está... Demitida!"
"A vida real está no aprendiz", disse o apresentador, em entrevistas de divulgação. Mas, talvez por se tratarem de estudantes (de Nível Superior ou não), essa tentativa de fazer parecer todos "executivos de uma grande companhia" pudesse ser revista. Os participantes parecem estar forçados dentro de paletós ou taillers. Ainda, a primeira tarefa foi outra "maneira errônea" de lembrar o passado vitorioso de O Aprendiz: criar uma forma de divulgar as atrações da Universal Studios de Orlando, nos EUA. Isso era boa parte do que acontecia com Justus. E na época, dava certo! Lembrando que agora, os participantes concorrem a um prêmio de R$ 1 milhão e um emprego no Grupo Doria Associados.
Completamente diferente do que acontecia quando os concorrentes buscavam uma vaga em uma empresa de comunicação. Dessa vez, o programa poderia ser justamente mais... universitário! E ficar mais focado em negócios da área do direito, administração ou economia. Ramos muito mais ao "estilo e gosto" de João Doria Jr. E, de certa forma, seria até mais inovador!
Cristiana Arcangeli, consultora de beleza e David Barioni, executivo na área de aviação, fazem as vezes de "conselheiros". Mas são meramente figuração! Repito: pelo menos por enquanto.
Mesmo por tudo isso, O Aprendiz ainda é um belo formato de programa televisivo, criado pelo produtor britânico Mark Burnett, 50, que enriqueceu levando para a telinha, os chamados reality shows. É dele também a ideia de No Limite. E todos que trabalham (ou que gostam de televisão) sabem que para produzir algo do gênero é custoso e desgastante. Neste aspecto, a Record cumpre muito bem o papel e tem muitos méritos. Tanto que o time de patrocinadores é composto por marcas de peso mundial, o que corrobora com os objetivos da atração.
Portanto, assista às terças e quintas, às 23 hora e, claro, tire suas próprias conclusões...
Nota: a equipe de produção do Aprendiz Universitário criou um blog para contar os bastidores do programa. Passa lá! E aqui, a trajetória de João Doria Jr e do Grupo Doria Associados.
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